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Suplemento alimentar: será que devo tomar?

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A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) define Suplementos Alimentares como géneros alimentícios que se destinam a complementar ou suplementar o regime alimentar normal, e que constituem fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico – como por exemplo as vitaminas, os minerais, os aminoácidos, as fibras ou ingredientes botânicos – comercializadas em forma doseada e que se destinam a ser tomados em unidades de medida de quantidade reduzida – p.ex. formato de cápsulas, comprimidos ou pastilhas.

O objetivo é, através destas formulações, complementar ou suplementar as carências nutricionais e fisiológicas que estão associadas ao estilo de vida, às exigências da atividade física de alta intensidade ou a uma dieta alimentar deficitária em certos nutrientes. Ou seja, um suplemento alimentar não é um medicamento que se destina a tratar ou a curar qualquer doença, mas sim uma fórmula farmacêutica desenhada para corrigir carências nutricionais ou para apoiar algumas funções fisiológicas específicas do organismo.

Será que tenho défice de algum nutriente?

Existe muita informação sobre as regras básicas de uma alimentação saudável, sobre que alimentos devem ser consumidos de forma regular e diária, os que podem entrar nas ementas esporadicamente e os que devem ser evitados a qualquer custo.

Todavia, nem sempre é fácil seguir esses conselhos. A vida profissional e familiar muito preenchida, o stress permanente da vida diária, podem deixar pouco tempo para a preparação de refeições saudáveis, cozinhadas com alimentos frescos e com os métodos de cocção indicados para que cada alimento não perca os nutrientes naturais quando é cozinhado.

Além disso, cada pessoa tem necessidades nutricionais diferentes, dependentes do género, da idade, da atividade física que pratica, do estado geral de saúde e de eventual medicação que toma. Alguns grupos podem ser particularmente suscetíveis à carência de alguns nutrientes:

Mulheres

As mulheres em idade fértil podem revelar algumas carências ao nível da absorção de micronutrientes. Em consequência do fluxo menstrual ou pelas necessidades extra resultantes da gravidez e do período de amamentação, este é um grupo que pode apresentar maiores necessidades de suplementação.

Idosos

Pelo inevitável envelhecimento das células, tecidos e órgãos é natural que a população sénior apresente uma maior dificuldade na absorção e processamento de micronutrientes. Por exemplo, com o envelhecimento a absorção de magnésio é reduzida até 30%.

Pela mesma razão, este é um grupo que apresenta maior degeneração óssea e muscular, o que os coloca numa posição de maior fragilidade músculoesquelética que pode comprometer a sua autonomia.

Algumas terapêuticas

Alguns fármacos podem interferir com a absorção dos nutrientes, nomeadamente os diuréticos, utilizados para o tratamento da hipertensão arterial, ou os protetores gástricos, usados para o tratamento do refluxo e a azia. As terapêuticas utilizadas para o tratamento da doença de Parkinson também estão na lista de fármacos que podem condicionar a absorção nutricional.

Determinadas patologias

Existem doenças que podem influenciar a capacidade de absorção dos nutrientes, nomeadamente doenças que impliquem a remoção de partes dos órgãos digestivos, as patologias que causam vómitos ou diarreias frequentes e a insuficiência renal que necessite de realizar diálise, são apenas alguns exemplos.

Desportistas

Têm, naturalmente, maior dispêndio de energia e necessitam repor os níveis de nutrientes gastos necessários para assegurar o melhor desempenho desportivo. Os suplementos ajudam a fornecer mais energia, a recuperar da fadiga e a reduzir as dores musculares comuns no pós-treino.

Os estudos realizados em vários países europeus têm demonstrado que o modo de vida contemporâneo, associado a uma dieta alimentar deficitária, contribui para que haja uma absorção subótima de vários micronutrientes 1,2.

Daí que, para além de optar por um regime alimentar rico em fibras, frutas e vegetais frescos, equilibrado no consumo de proteína vegetal (como a soja, o feijão, as lentilhas ou o grão) e de proteína animal, sem esquecer uma correta ingestão de água – ou outras bebidas como chás e infusões sem açúcar – a suplementação pode ser uma ajuda para restaurar os níveis nutricionais em défice.

Aliás, a suplementação nutricional tem sido uma opção cada vez mais frequente entre os europeus, como demonstrou uma pesquisa recente3. Neste trabalho, 9 em cada 10 (88%) respondedores afirmaram ter usado suplementos alimentares em algum momento da sua vida e a vasta maioria deste grupo (93%) admitiu que consumiu um suplemento alimentar nos 12 meses anteriores ao inquérito.

As razões apontadas para este consumo foram variadas, desde a manutenção do estado de saúde, o reforço do sistema imunitário, para melhoria da saúde digestiva ou intestinal, para um reforço de energia ou para melhorar a saúde dos cabelos e unhas.

Fontes:
1 – Beitz R, Mensink GB, Rams S, et al. (2004). Vitamin- und Mineralstoffsupplementierung in Deutschland (Use of vitamin and mineral supplements in Germany).
2 – Troesch B (2012). Dietary surveys indicate vitamin intakes below recommendations are common in representative Western countries. British Journal of Nutrition 108(4):692-8.
3 – https://foodsupplementseurope.org/wp-content/uploads/2022/07/FSE-Consumer_Survey-Ipsos-2022.pdf
https://foodsupplementseurope.org/food-supplements-explained/
https://www.efsa.europa.eu/en/topics/topic/food-supplements
https://ods.od.nih.gov/factsheets/WYNTK-Consumer
https://www.eufic.org/en/healthy-living/article/food-supplements-who-needs-them-and-when